quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Parceria entre escola, família e Tourette

Gostaria que conhecessem este depoimento de uma mãe, María Soledad:

Hoje, foi o primeiro dia de aula de meu filho, me haviam dito que a professora já conhecia seu problema, mas não era verdade. Entraram todos os alunos na  aula e deixaram meu filho chorando no meio do pátio, assustado, incapaz de mover-se, nem se quer o olharam.

Eu fui acompanhá-lo a sala, me abraçou chorando e me pediu para levá-lo para casa. Levei-o até a sala e perguntei a professora se ela estava ciente que meu filho tinha tourette, ela me disse que não, e que ia precisar de informações médicas e  um monte de coisas. ( novamente, porque no ano passado eu já tinha levado tudo para o colégio)

Lauro seguia chorando e tive que deixá-lo com um nó na alma. Fora, a diretora me disse para deixar tudo em suas mãos, que falaria com a professora e que eu procurasse não ir mais até a escola ,com meu filho , porque isso não o fazia bem ... Aparentemente , a minha presença e o meu apoio não o faz progredir (segundo a diretora)  Mas ,não são capazes nem de explicar a nova professora o problema do meu filho antes do primeiro dia de aula.

Queria que Lauro estivesse livre, queria abraçá-lo fortemente, levá-lo para casa , protegê-lo do mundo.
Nos espera um ano duro... Espero que Deus nos acompanhe e a todos vocês.

                                            María Soledad



Versão em espanhol original:

Hoy fue el primer dia de clases de mi hijo, me habian dicho que la maestra ya conocia de su problema pero no era verdad. Entraron todos al aula y dejaron a mi hijo llorando en medio del patio, aterrado, sin poder moverse ni siquiera lo miraron. Me acerque para acompañarlo al aula, se aferro a mi llorando y pidiendome que lo llevara a casa. De la mano l...o acompañe al aula. La maestra lo recibio, le pregunte si estaba al tanto de que mi hijo tenia tourette, me dijo que no, que ncesitaba informes medicos y un monton de cosas (de nuevo, porque el año pasado ya lleve todo al colegio), Lauro seguia llorando... tuve que dejarlo con un nudo en el alma... afuera la directora me dijo que dejara todo en sus manos, que ya hablarian con la maestra y que procurara no ir mas al colegio con mi hijo porque no le hago bien.... aparentemente mi apoyo y presencia no lo deja avanzar segun la Directora, pero ellos no son capaces siquiera de explicarle a la nueva maestra el problema que tiene antes del primer dia de clase. Quisiera que Lauro rindiera libre... quisiera abrazarlo fuerte, traerlo a casa y protegerlo del mundo. Nos espera un año duro.... ojala que Dios nos acompañe a nosotros y a todos ustedes.

                            María Soledad


Isso me faz apoiar mais, a parceria escola e família, e me faz ter a certeza que não podemos separar essas duas entidades.

 A escola não vai saber lidar com adolescentes e crianças, com uma síndrome, sem entender seu funcionamento e a família não vai conseguir que seu filho continue frequentando a escola se isso acontecer.

Escolhemos a escola de nossos filhos com tanta certeza de que vai dar certo, com tanta confiança que estamos entregando nossos filhos em boas mãos , que fatos como estes, vivido por María Soledad jamais poderiam acontecer.

As diferenças existem, as síndromes estão em toda parte, as escolas tem a necessidade de se adaptar para receber bem. A inclusão deve começar desde o primeiro dia de aula. È a auto-estima que está em jogo.

Continuo dizendo que a escola é um segundo lar, e o lar é , ou ao menos devería ser, sinônimo de proteção e aceitação .

María Soledad vai , sem dúvida, lutar pelo bem estar do seu filho, para que ele goste de estudar, para que apesar de todas as dificuldades , seu filho não desista.

Não espere um ano difícil María , mas sim, um ano de conquistas.

Eu pensei que tudo estava perdido ,com relação aos estudos, e foi esta parceria: escola e família, que funcionou. E foi com um " cadinho de sensibilidade, de curiosidade, de esperança, de amor e de conhecimento". ( como definiu Cícero de Leão Cunha , que era coordenador do 8.ano, um outro anjo da Tourette)
Daniela Torres

2 comentários:

  1. Cícero Leão da Cunha1 de março de 2012 às 13:24

    Diz, António Nóvoa, educador português e reitor da Universidade de Lisboa, que a escola mais feliz do mundo é aquela que sabe aprender. Seu depoimento, Maria Soledad, nos faz ver o quanto a escola ainda necessita aprender para lidar com as crianças e, sobretudo, aquelas com necessidades especiais. De fato, será um ano de muito trabalho. Mas se houver boa vontade e abertura para o diálogo, sua escola alcançará êxito. Seria muito importante que você conversasse com Daniela Torres: foi ela quem nos educou para compreender e lidar com a Tourette. Sua participação foi decisiva na melhoria do processo pedagógico desenvolvido.
    Felicidades,
    Cícero Leão da Cunha

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    1. Sim meu amigo, sei que posso chamá-lo assim, a escola aprendeu, me ouviu, ouviu os médicos(parceiros nessa caminhada)abriu as portas, é uma maravilhosa parceria, fundamental para meu filho. Mas , Cícero, seu trabalho foi decisivo, sua atenção e planejamento foram responsáveis pelo sucesso. Foi um presente compartilhar Tourette com vocês, num momento tão difícil de nossas vidas. Verônica,Vera, Maira,Sidcley, uma equipe !!!!!!

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