quarta-feira, 30 de novembro de 2011

RESPOSTA AO PROGRAMA MAIS VOCÊ

Quando eu assisti o programa , realmente não entendi a campanha ,nem a maneira como o programa foi conduzido, foi um susto . Gostaría de compartilhar aqui a resposta dada pela Associação Brasileira de Psiquiatria:


Resposta ao programa Mais Você

Senhor editor,
O programa Mais Você desta segunda-feira (28/11) trouxe duas matérias e uma entrevista com o neurologista Eduardo Mutarelli. Surpreendeu-nos negativamente, assim como toda a comunidade medica que representamos, a discussão que colocou em dúvida a existência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Tendo em vista a condução equivocada do programa, fazemos as seguintes considerações, já ratificadas por psiquiatras de todo o país:
1. O que hoje chamamos de TDAH é descrito por médicos desde o século XVIII (Alexander Crichton, em 1798), muito antes de existir qualquer tratamento medicamentoso. No inicio do século XX, um artigo científico publicado numa das mais respeitadas revistas médicas até hoje, The Lancet, escrita por George Still (1902), descreve a TDAH. Essa descrição é quase idêntica a encontrada nos atuais manuais de diagnóstico, como o DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria.
2. Os sintomas que compõem o TDAH são observados em diferentes culturas: no Brasil, nos EUA, na Índia, na China, na Nova Zelândia, no Canadá, em Israel, na Inglaterra, na África do Sul, no Irã etc.
3. O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como transtorno mental e está listado na Classificação Internacional de Doenças (CID). E, como afirmou uma das matérias veiculadas em seu programa, segundo a OMS, 4% dos adultos e 8% das crianças e adolescentes de todo o mundo sofrem de TDAH.
4. Mais de duzentos artigos científicos já foram publicados demonstrando alterações no funcionamento cerebral de portadores de TDAH. Ressalte-se que os achados mais recentes e contundentes são oriundos de centros de pesquisa como o National Institute of Mental Health dos EUA.
5. Todo e qualquer tipo de medicação, principalmente os dispensados por prescrição médica, possuem contraindicação. Entretanto, são inegáveis os benefícios levados aos pacientes que realmente necessitam dela.
Diante do exposto, façamos uma reflexão. Se fosse uma doença “inventada” ou “mera consequência da vida moderna”, seria possível o TDAH atravessar mais de um século com a descrição dos mesmos sintomas? Se o TDAH fosse apenas “um jeito diferente de ser” e não um transtorno mental, por que os portadores, segundo pesquisas científicas, têm maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes automobilísticos? Por que eles têm maior incidência de depressão, ansiedade e dependência de drogas? Se fosse tão somente um comportamento secundário ao modo como as crianças são educadas, ou ao seu meio sociocultural, como é possível que a descrição seja praticamente a mesma em regiões tão diferentes?
O fato inquestionável, senhor editor, é que o TDAH é um dos transtornos mais bem estudados da medicina e com mais evidências científicas que a maioria dos demais transtornos mentais.
Os pacientes e seus familiares merecem mais cuidado e atenção. É lamentável que um repórter se passe por um doente mental para escrever uma matéria e, ao final de uma semana sustentada por mentiras, se coloque na posição de aconselhar a quem quer que seja.
Imagine a gravidade da situação se esses pacientes, desinformados por essa matéria, param a medicação, tenham recaídas e venham a cometer atos graves. Quem será responsabilizado?
Ficamos imaginando os promotores da infância e adolescência e os conselheiros tutelares agindo em defesa desses pacientes.
Se houve, lamentamos os diagnósticos equivocados e o excesso de medicação informados por seu programa. Por outro lado, repudiamos toda e qualquer tentativa de se denegrir a atividade desempenhada pelo psiquiatra. Maus profissionais há em todos os lugares, inclusive entre os que, em vez de informar, prestam o curioso serviço de desinformar a população brasileira.
Com o intuito de colaborar e em função da importância do assunto, gostaríamos de ter resposta equivalente ao tempo que foi dado às discussões no programa desta segunda-feira. Sabemos que essa produção se pauta pelo interesse do cidadão e não se furtará a melhor esclarecer um assunto que é importante para milhares de pacientes, de norte a sul do país. Para tanto, colocamo-nos à disposição, assim como toda a grade de associados da ABP, para levar os esclarecimentos pertinentes. Lembramos também ser necessário ouvir as associações de familiares e pacientes com TDAH e mostrar a realidade vivenciada por eles.
Aproveitamos para convidar o senhor editor e toda a equipe do Mais Você para se engajarem na luta contra o preconceito que há em relação ao doente mental e ao psiquiatra. Pensando em como acabar com o estigma que paciente e médico carregam, a Associação Brasileira de Psiquiatria lançou a campanha “A Sociedade contra o Preconceito”, no último Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início de novembro. A campanha ganhou a adesão das atrizes Cássia Kiss Magro e Luíza Tomé, do locutor esportivo Luciano do Valle e dos escritores Ferreira Gullar e Ruy Castro. Pessoas que entendem a perversidade que é estigmatizar o doente mental porque passaram por isso, pessoalmente ou com familiares próximos.
Contamos com a sensibilidade do senhor editor e dos colaboradores do Mais Você para contribuir com o fim do preconceito e não alimentá-lo ainda mais.
Antônio Geraldo da Silva
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria




 

Explosões de Ira e Tourette

E as crises curtas de  súbito comportamento explosivo?


Segundo foi relatado no livro Tiques ,Cacoetes, Síndrome de Tourette  , pelos organizadores Eurípedes Miguel e Ana Hounie , cerca de 40% das crianças com Tourette  podem apresentar os famosos  " ataques de raiva ".

 Relata ainda que uma criança mesmo habitualmente simpática e boa pode ter um comportamento explosivo que dura poucos minutos. Ainda de acordo com o livro , os ataques de raiva não  apresentam intenção e nem raiva dirigida a um objetivo específico, é algo que acontece de forma súbita e dramática e vem junto com um imenso sentimento de perda de controle.

E foi conversando com algumas "mães da  Tourette " ,através  da famosa troca de experiências que passei a compreender mais destas 'explosões de ira".

E uma das dificuldades maiores nesses momentos , e não falo apenas por mim, falo por várias, é a relação entre as explosões e o limite . Como saber aplicar o limite sem ser injusta ou intolerante ?

Não tenho dúvidas quanto ao fato de que limite é necessário a vida, tenho plena consciência que eles devem ser aplicados, mas juntando Tourette, adolescência e as explosões, no dia a dia , fica dificil, aliás ,muito difícil.

Até porque essa dificuldade de ensinar limites , não é só nossa(mães da Tourette), eu por exemplo, tenho dois filhos  em idade de aprender limites e não melhora o fato de um ter a síndrome e o outro não .

Mas a dificuldade é muito maior na Tourette, porque sabemos que as explosões são involuntárias, eu chego a compará-las como um movimento , começam com uma contrariedade , uma coisa simples e se transformam num turbilhão de emoções.

E esses ataques tem uma característica bem comum , que nós mães percebemos, é o fato de se arrepender , sentir uma tristeza por ter agido assim.

O que nos causa esta dificuldade e insegurança diante desta explosões é o fato de antes não sabermos que era um fator comum entre crianças e adolescentes com Tourette. Para mim foi muito importante este diálogo , esta descoberta . Hoje , tenho uma reação diferente a esses momentos , consigo compreender e agir sem medo.

E não tem fórmula mágica , descobrimos que é errando que aprendemos .

Hoje , lendo o livro Tiques, Cacoetes , Síndrome de Tourette  , pude comparar a teoria , pesquisada , avaliada e estudada, com a nossa experiência . E isso , falando por mim agora, me tranquiliza. Não estávamos erradas ao não desistir , ao dizer: existe algo errado, em não aceitar e dizer: não consigo educar : eu falhei. Apenas nos dar forças e bases mais do que reais para entender e continuar, na verdade alivia o caminho , nos tira o peso do erro.

Algumas informações que retirei do livro :

- A crise agressiva não tem alvo definido.

- Pacientes com ataques de raiva sentem tensão ou excitação

- Logo após a crise  sensação de alívio e intenso remorso

-São crises imprevisíveis

- Fatores agravantes: sono, fome, alguma atividade em particular

Importante: durante a crise , que já sabemos , dura alguns minutos, não devemos querer educá-las . Neste momento , os limites não serão aceitos, até porque nessa hora não conseguem entender o que lhes é dito. Deixamos o desabafo acontecer, ficamos por perto, e as coisas vão se acalmando por si só. Logo vem o arrependimento e só com bastante tempo do ocorrido, podemos abordá-los com uma boa conversa.

O livro esclarece , o que eu acho muito relevante , o fato de que torna-se desnecessário criticá-lo por seu descontrole , já que é involuntário (como um tique) e  ele mesmo já se arrepende.

Só tenho uma receita a passar: Paciência, paciência e se faltar, mais paciência.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Tourette e a Ritalina


 Ritalina e Tourette

Demorei bastante para voltar a falar do relacionamento entre a Tourette e a Ritalina do meu filho, e confesso que estou muito satisfeita.

 Demorei porque  queria ver o efeito do medicamento em todos os aspectos. E vi.

Hoje assisti uma reportagem no Mais Você , sobre a banalização do Deficit de Atenção e do uso do Metilfenidato.  Vejam a reportagem neste link  http://maisvoce.globo.com/videos/v/mais-voce-debate-a-banalizacao-do-diagnostico-de-deficit-de-atencao/1711367/.

 Realmente , como leiga, mas também como mãe que permitiu, depois de muito relutar, o uso do metilfenidato, concordo que nossas crianças e adolescentes sejam bem avaliados, aliás é tudo que desejamos. Mas chega a um ponto, que não podemos mais evitar, quando realmente o problema existe.

Concordo com algumas das hipóteses levantadas no programa como:  o problema pode existir pela falta de tempo dos pais em estar presentes nas tarefas dos filhos , ou por ser mais fácil de controlar a impulsividade da criança em sala ou na família, sim isso pode e deve existir em alguns casos.

 Mas , existem casos e casos,  também não podemos deixar de pesquisar e ajudar , ou até achar que é normal alguns comportamentos de nossos filhos.

Claro que como mãe, quanto mais segurança no diagnóstico , melhor! O diagnóstico deve ser bem estudado, não ser dado em apenas uma consulta , afirmo novamente que quanto mais segurança , melhor.

Mas quem sofre de defícit de atenção, sabe que ele existe e sabe em que atrapalha. E nós mães responsáveis e que temos um amor indescritível por nossos filhos (ao menos a maioria) cabe a nós o bom senso de saber até que ponto atrapalha , até que ponto prejudica. Não procuraríamos um médico apenas por querer nosso filho sossegado.

E o Metilfenidato, no caso em particular a Ritalina, nestes quase dois meses, percebi que o problema não era meu filho e sim no meu filho, quando começou a usar Ritalina ,( eu até já falei antes aqui no blog) ,de alguns sintomas perdeu o apetite, me apavorei , ele deixou de comer, teve diarréia, mas esses sintomas por uns dez dias. Como não tomava nos finais de semana , durante esses dias ele se alimentava melhor, e foi voltando a se alimentar , até de forma mais saudável. Diarréia passou.

Os movimentos se alternavam em muitos e poucos, mas nada tão grave, não ficava dopado, não dava trabalho para acordar, o humor oscila , talvez pela idade, não teve pesadelos, demora a dormir bem mais que o normal.

Quanto a falta de completar um raciocínio diminuiu logo nos primeiros dias , meu filho conversava sem ficar aperriado por circular na conversa e quase não chegar a algum lugar. Impressionante a felicidade ao perceber que estava entendendo sem precisar pedir que  para repetir a conversa várias vezes.

A atenção demorou mais um pouco, foi voltando aos poucos e ele percebia cada avanço, o que ele perdeu durante o ano, até em relacionamento foi recuperado, hoje ele dá sua opinião com a maior tranquilidade possível, e na escola o avanço é notório.

Quanto os tiques da Tourette estão como sempre esteve. Hoje parei a Ritalina, até segunda ordem(médica), as aulas acabaram , se ele conseguiu recuperar tudo , já está de férias.

Foi e é muito bem acompanhado, entendo o alerta, mas em vários casos bem avaliados é um mal necessário.




Como a poluição pode alterar nosso cérebro:alerta!!!!

Como a poluição pode alterar nosso cérebro






Se você quer que sua mente funcione melhor e esteja mais protegida da deterioração precoce, utilize uma máscara para filtrar o ar que respira quando a poluição aumenta, procure escolher para viver uma vizinhança livre de fumaças e com amplas áreas verdes ou, pelo menos, reduza a quantidade de horas diárias que permanece exposto à contaminação atmosférica.

Definitivamente: para cuidar do cérebro convém se aproximar todo o possível do ar puro e se afastar o mais que puder do contaminado.

São as recomendações que poderiam ser retiradas de uma recente pesquisa com roedores de laboratório, realizada pela Universidade Estatal de Ohio (OSU, segundo a sigla em inglês), segundo a qual a exposição a longo prazo à poluição do ar pode ocasionar mudanças físicas no cérebro, assim como problemas de aprendizagem, memória e quadros depressivos.

"Outros estudos demonstraram os efeitos daninhos da contaminação do ar no coração e nos pulmões, mas este é um dos primeiros que mostra seu impacto negativo no cérebro", explicou a estudante de doutorado em neurociência Laura Froken, principal pesquisadora do estudo na OSU.

De acordo com Laura, "uma exposição prolongada ao ar contaminado pode ter efeitos negativos visíveis no cérebro, o que poderia causar vários problemas de saúde".

Para sua pesquisa, um grupo de ratos foi exposto a ar filtrado e outro ao ar contaminado, durante seis horas diárias, cinco dias por semana, durante dez meses, um lapso equivalente a quase a metade do período de vida da cobaia.

O ar contaminado continha partículas diminutas, de uma trigésima parte da grossura comum de um fio de cabelo humano, do tipo que liberam para o ar carros e fábricas, e também provenientes de pó natural, as quais podem alcançar áreas profundas dos pulmões e de outros órgãos.

O ar sujo que respiramos




A concentração de partículas à qual os ratos foram expostos equivale à que um ser humano é submetido em algumas áreas urbanas poluídas, de acordo com os pesquisadores.

Após dez meses de exposição ao ar poluído ou ao filtrado, os pesquisadores realizaram uma variedade de testes de conduta nos animais, comprovando que aqueles que respiraram o ar contaminado tiveram mais dificuldades para aprender e lembrar, comparados com os quais receberam ar limpo.

Em outros testes, os roedores expostos ao ar poluído mostraram mais comportamentos depressivos e níveis mais altos de ansiedade que os que respiraram ar filtrado.



Estrada da cidade holandesa de Haia (Foto: EFE)
Ao estudar o hipocampo dos animais - uma área cerebral relacionada à aprendizagem, à memória e à depressão – foram observadas diferenças físicas claras entre o dos ratos expostos ao ar contaminado e o dos quais não foram, assinalou Laura, que é membro do Instituto de Pesquisa de Medicina do Comportamento da OSU.

"Estudos prévios mostraram que este tipo de mudanças no hipocampo cerebral estão relacionados com uma diminuição da aprendizagem e da memória", assinalou o pesquisador Randy Nelson, coautor do estudo eprofessor de neurociência e psicologia na OSU.

A contaminação do ar inclusive poderia afetar os seres humanos quando estão sendo gerados no ventre materno, afetando o desenvolvimento potencial de sua inteligência quando nascem.

Em uma pesquisa publicada na revista científica “Environmental Health Perspectives”, e no serviço de notícias científicas “Neomundo”, se comprovou que os bebês cujas mães foram expostas ao ar poluído durante a gravidez poderiam sofrer problemas em seu desenvolvimento cognitivo tempos depois, ao redor dos cinco anos de idade.


Os resultados do estudo, realizado na Cracóvia (Polônia) pelo Centro Colúmbia de Saúde Ambiental Infantil de Nova York (CCCEH, Estados Unidos), confirmam os dados de outro similar realizado na cidade de Nova York e apresentam novos indícios dos efeitos dos poluentes do ambiente urbano na saúde humana.



Partículas HAP, uma ameaça invisível

Os especialistas do CCCEH examinaram se as crianças expostas a níveis altos de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) apresentavam uma menor capacidade intelectual e de raciocínio.

Os HAP incluem ao redor de cem substâncias químicas que são liberadas no meio ambiente quando são queimados combustíveis fósseis usados para transporte, calefação e produção de energia, entre muitos outros usos.

Na pesquisa participaram 214 crianças nascidas entre 2001 e 2006 na Cracóvia, todos procedentes de mães saudáveis e não fumantes, as quais usaram durante a gestação dispositivos em uma mochila para medir a contaminação do ar. Além disso durante sua gravidez foram retiradas das mulheres amostras de sangue e elas responderam vários questionários.

Seus filhos foram submetidos a um acompanhamento até que completaram cinco anos de idade, quando executaram um Teste de Matrizes Progressivas de Raven (MPR) uma prova destinada a medir a capacidade intelectual.

Além disso, foram levados em conta outros fatores que poderiam se relacionar com uma capacidade cognitiva infantil reduzida, como a concentração de chumbo, a inalação de fumaça de tabaco e o nível de estudos da progenitora.

Os pesquisadores do CCCEH descobriram que as crianças expostas a níveis elevados de HAP durante a gestação tiveram um pior rendimento nas provas MPR de capacidade intelectual e de raciocínio, comparados com aqueles cujas mães quase não tinham sido expostas a estes compostos poluentes.

"O efeito sobre a inteligência era comparável ao das crianças de Nova York expostos em fase pré-natal aos mesmos poluentes atmosféricos em um estudo anterior", explicou a professora Frederica Perera, diretora do CCCEH da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Colúmbia (EUA) e coautora do estudo.

Para a pesquisadora "isto é preocupante pois o coeficiente intelectual é importante para prever o rendimento acadêmico futuro e os HAP são abundantes nas cidades de todo o planeta."

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vidacomtourette agora no RIOSTOC !!!!

Amigos da Tourette,

 Fiquei muito feliz com este e mail  que recebi ,  isso significa que mais pessoas  participarão de nossas vidas com tourette, e juntos trocaremos experiências. Isso é maravilhoso.
Um enorme abraço a todos da RIOSTOC!!!!




Olá Daniela, depois de uma consulta junto ao nosso Comitê Científico, inseri
seu blog em nosso site ( links ), para que mais pessoas possam compartilhar
com vc e assim progredir em seus tratamentos.
Conte sempre conosco e parabéns pelo seu trabalho
Assibe Selim
www.riostoc.org.br

Histórias de todos nós em Três Minutos de Liberdade

È difícil colocar em palavras o que se sente e mais difícil ainda se fazer entender. E o Luis conseguiu os dois.
 Foi inevitável, ver em suas palavras o meu filho.
O Luis colocou no papel o que é viver com a Tourette, mas escreveu isso com a alma. Sem mágoa, sem dor, com a felicidade de quem vive .
Constumamos ver o que a Tourette causa, suas comorbidades, seus ataques de fúria, dificilmente encontramos textos assim.
Dizem que a vida é um aprendizado constante, eu diría mais, estamos sempre reaprendendo. Com o Luis e com todos do Mistics, reaprendi a Tourette. E  Tourette é vida, Tourette é futuro , sonhos e realizações. Aprendi ainda, que tudo tem dois lados ,o positivo e o negativo, vai depender de por onde você vai querer olhar.



Escrito por:
Luis Lehmann  é médico especialista em diagnóstico por imagem
Buenos Aires ,e tem o blog
http://mistics1.wordpress.com
Portador de Tourette




                                                 Três minutos de liberdade


"Todos os  dias pela manhã quando  acordo,  são três minutos durante os quais, talvez porque eu ainda estou dormindo e meu cérebro também, me sinto livre de tudo. Pensamentos, emoções e acima de tudo ...da síndrome.

 Os três primeiros minutos em que abro os olhos, é como nascer de novo. Eu sei que não vou me sentir mais assim durante o dia: Eu não tenho desejo de fazer tiques.

 É como se por um período breve me foi dado um momento de paz, tranquilidade no oceano da mente. Respiro profundo e finjo que nesse momento observo uma paisagem incrivelmente bela, pintada num quadro, de um lugar onde você sabe que jamais poderá conhecer .

Eu guardo  esse sentimento como uma recordação no mais profundo de minha alma, como quem guarda zelosamente uma jóia num lugar secreto e predileto de sua casa.

Porque eu sei que em apenas um momento,  as águas se agitarão de novo e os tiques e pensamentos inevitáveis voltarão.

 Começa o dia e só há um caminho para onde ir , e é seguir adiante. Ali no horizonte, me esperam os próximos três minutos.

Mas  um dia todo de vida me espera, com seus desafios, seus  momentos bons e seus momentos maus, que definitivamente só  nos mostram algo muito simples, mas não menos  importante: estamos vivos.

E para ser honesto eu tenho que admitir ,viver com a síndrome me ensinou muitas coisas, a tal ponto que eu não sei se eu queria começar de novo sem ela, porque vivendo assim , eu aprendi ...

... Que a vida está além das adversidades, e que todas de alguma forma, podem ser enfrentadas ...

... Não há solução única para um mesmo problema. Que com força e ânimo podemos chegar, assim como outros, por  outro caminho ...

... a sentir empatia e compreensão para quem todos os dias sofre de algo que não pode livrar-se como uma sombra ...

... a ser  lutador, e dos valentes que se atrevem a ultrapassar as barreiras que todos dizem ser intransponíveis.

Então , tudo não terá sido uma tortura se no final, for um grande mestre.

De toda forma, eu sei que vou esperar pelos meus próximos três minutos, e eu vou desfrutar como ninguém , porque ninguém melhor do que eu  para saber  o quanto eles valem"

                                                                       Luis Lehman

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Medicamentos para alívio de sintomas

Tratamento para Tiques e Síndrome de Tourette – Grupo de Medicamentos para alívio de sintomas e controle de tiques

Fonte: http://www.psicologiananet.com.br

O uso de medicamentos ocorre em pequenas doses, com aumentos graduais até que se atinja o máximo de supressão dos sintomas com o mínimo de efeitos colaterais.
A posologia dos medicamentos varia para cada paciente, necessitando ser avaliada atentamente pelo médico.
No grupo dos medicamentos utilizados no tratamento dos portadores de transtornos de tiques, encontram-se os antidepressivos tricíclicos, usados também no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade associados.
Estudos mostram que os antagonistas dos receptores dopaminérgicos reduzem a freqüência e a severidade dos tiques em cerca de 70% dos casos.
Dessa forma, os antagonistas dos receptores de dopamina são largamente utilizados.
O haloperidol, um neuroléptico com ação antagônica sobre os receptores dopaminérgicos, foi o mais utilizado inicialmente na Síndrome de Tourette.
O tratamento, entretanto, apresenta uma série de efeitos adversos, como sintomas extrapiramidais de características parkinsonianas, sedação, disforia, hiperfagia com ganho de peso e, o mais grave, discinesia tardia.
A pimozida tem sido proposta como alternativa ao haloperidol, devido à eficácia comparável e menor ocorrência de efeitos adversos extrapiramidais. Por outro lado, este medicamento possui efeitos de maior gravidade, envolvendo o sistema cardiovascular, incluindo ainda sedação e disfunção cognitiva.
Na prática clínica, existe uma forte tendência a substituir os chamados antagonistas típicos de receptores dopaminérgicos, tais como, haloperidol e pimozida, pelos antagonistas atípicos (risperidona, olanzapina e, em menor extensão, quetiapina) ou por agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos como a clonidina e a guanfacina.
Os antagonistas atípicos oferecem poucos efeitos adversos e vêm substituindo, gradualmente, o haloperidol e a pimozida, como suporte principal no tratamento dos tiques.
Os efeitos adversos do uso da risperidona são a sedação, aumento de apetite e elevação dos níveis de prolactina. Embora sintomas extrapiramidais sejam eventualmente observados, esses são muito menos freqüentes do que com o uso de haloperidol ou pimozida. Disforia e depressão podem ocorrer em indivíduos predispostos durante o tratamento com risperidona.
Alguns estudos indicam efeito terapêutico da quetiapina no tratamento de tiques, sendo requerida em altas doses (200 a 500 mg ao dia), entretanto, pode provocar o aumento de peso corporal do paciente.
A olanzapina parece ser uma droga eficaz no tratamento da Síndrome de Tourette apresentando redução global dos tiques graves e 75% apresentaram melhora parcial do quadro, bem como, de sintomas agressivos presentes na síndrome, sem efeitos colaterais significativos, se comparados com os apresentados no uso dos neurolépticos típicos.

Moléculas que mimetizam agonistas alfa-adrenérgicos, como a clonidina e a guanfacina, também podem ser utilizadas no tratamento da Síndrome de Tourette, apresentando resultados positivos em estudos controle.

Outro agonista seletivo para o receptor alfa-2 é a guanfacina que tem sido sugerida como substituta à clonidina no tratamento da Síndrome de Tourette.
Outras drogas como a nicotina, tetrabenazina e benzodiazepina também são atualmente empregadas em tratamentos alternativos da Síndrome de Tourette, bem como, a injeção de toxina botulínica, que pode ser uma boa opção terapêutica para o tratamento de tiques motores e em alguns casos para tiques vocais.

Finalmente, resultados positivos foram verificados com o uso da tiaprida, da sulpirida e da amisulprida, com melhoras substanciais dos sintomas. A primeira mostrou-se eficaz no controle dos tiques em crianças, com a vantagem de não produzir efeitos discinéticos marcantes.